sexta-feira, 23 de julho de 2010

Divagação sobre hoje

Mais uma vez resolvi escrever. Não escrevo mais pois minha vida é um tédio e nesses tempos a correria e o engessamento do cotiano me fizeram perder um pouco da observação sobre mim mesmo e sobre o meio, o qual estou inserido. Mas é agora, no momento de pura procrastinação, de um recesso do período letivo que me propus à obter informações e conhecer mais sobre o que é comentado na cultura atual. Me deparo com vários formas de comunicações e maneiras de se expressar. Acessando um site de emissora famosa da TV por assinatura, a qual está realizando uma votação online para uma premiação, percebo que desconheço dois terços das pessoas em que ali se apresenta e o outro um terço não tenho a mínima idéia de quais são seus trabalhos mais recentes.
Pois bem, a quantidade de informações hoje é muito volumosa, acho que todos são cientes disso, mas não justifica tanta ignorância de minha parte. Até o dia navegando nessa terra meia que sem limites, que é a INTERNET, vejo muitas caras novas e expressões novas, o CALA BOCA GALVAO teve repercursão internacional, atores estão processando pessoas que postam videos falando (com razão ou não) deles em tons prejorativos. A última ( e digo isso pois se trata do dia em que estou escrevendo esse post) da repercursão dos comentários do ator norte amercino Sylvester Stallone sobre o Rio de Janeiro/Brasil, causando uma comoção patriótica em toda nação, esta pelo que parece atualmente só sabe agora despejar insultos nas redes socias da INTERNET. Nada contra liberdade de expressão na grande rede mundial de computadores, pelo contrário é mais uma ferramenta da propagação do discurso muito valiosa. Mas esse texto é mais uma indignação sobre os rumos que está liberdade possa estar sendo tomada, a quantidade de informação desnecessária que ser é publicada diariamente, a cada minuto, vem se tornando algo escrabroso, tenho a audacia de dizer patológico.
Em momento de racionalidade, busquei (qualquer coisa) algo com certa credibilidade para ler e me deparei com uma crônica da atriz Fernanda Torres. Ela cita em seu texto um teórico das artes cénicas (se assim posso dizer), Grotowski, e seu desenrolar faz menção a banalização da cultura, e por conseqüinte da arte, termina sua dissertação com algumas palavras desse polonês, as quais julguei pertinente coloca-las aqui visto o contexto.

"O que devemos fazer é lutar, para então descobrir, experimentar a verdade sobre nós mesmos; rasgar as máscaras atrás das quais nos escondemos diariamente. A arte não pode ser limitadapelas leis da moralidade comum ou de qualquer catercismo. O ato de criação nada tem a ver com o conforto externo ou com a civilidade humana convecional; quer dizer, as condições de trabalho nas quais as pessoas se sentem seguras e felizes".

Eu não tenho a pretensão de ser escritor, nem o faço tão bem. Mas mesmo assim ainda busco uma forma de manter o senso crítico da obra, sem vulgaridade.

P.S.: Ainda escrevo e despejos minhas baboseiras (com certo discernimento) no twitter.com/carloshsb

Um comentário:

Rodrigo Santos disse...

Espero que não seja muito tarde para comentários aqui, após meses de abandono. Mas creio que estejamos passando por um problema que Wittgenstein já disse, conforme um texto dele que li: cada vez mais as pessoas têm opção de se expressar, mas cada vez menos elas sabem o que vale ou não a pena ser expresso. Gosto de dizer que passamos da Era da Informação pra Era da Peneira, onde agora temos que separar muito bem o que é ou não é valioso em termos de conhecimento, e infelizmente isso nos toma muito tempo. Sobre a arta? Li esses dias: "A arte conforta os perturbados e perturba os confortados". Acho que não precisa de muito mais que isso, né? Abração!!!